Não há amor como o primeiro

Há uns anos valentes, encontrei um blazer na Primark que foi amor à primeira vista. Eu, tesa como um carapau, lá cravei uns trocos à minha mãe e comprei o dito cujo completamente apaixonada e nunca mais larguei o casaquito. Ele fazia um frio glaciar e era eu de blazerzinho no corpo, a tiritar de frio, só porque era lindo e me caía que nem uma luva. E durou pouco nas minhas mãos. Isto porque, numa noite fatídica e de má vida, acabei por o perder em qualquer esquina mal lavada e nunca mais o encontrei, deixando alguma princesa tamanho S feliz da vida por ter nas mãos e sem pagamento o belo do modelito. Foi o meu primeiro blazer. O primeiro de muitos, é certo. Mas não há amor como o primeiro...

Nunca mais fui a mesma. O desgosto ficou-me cravado na mente como um ferro em brasa no lombo de uma vaca. Procurei, em vão, um blazer do género por todo o lado. Buscas infrutíferas pelos sites das lojas por este Portugal e mundo afora. Sem encontrar nada. Com o passar dos anos, nem a frustração, nem a busca amenizaram. Era ver-me em ebays e aliexpresses a teclar mil e uma combinações em inglês que me pudessem encontrar o belo do blazer. E nada.

Ontem, por mero acaso, dei de caras com um parecido no site da Primark. Não é igual, porque o outro tinha uns ombros rígidos à Lady Gaga de meter medo! Mas este serve para o gasto,.. Alguém viu? Alguém sabe já chegou? Alguém sabe se já partiu? Vou lá assim que possa, recuperar o amor de outrora, mas temo sofrer um desgosto ainda maior do que quando o perdi. O de pensar que ele está ali, à minha espera, e afinal já partiu para outra.

Catarina Vilas Boas



Comentários

  1. Adorei conhecer o teu blog!
    Se poderes visita o meu blog e se gostares segue :)
    Beijinhos

    http://thesecretlifeofana.blogspot.pt/

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Digam-me de vossa justiça, revolucionários, obstinados, rebeldes e insurrectos.