Uma biblioteca sem internet é coisa para me fazer morder o
punho repetidas vezes, querer atirar o computador contra uma parede e virem-me
lágrimas aos olhos. Tive quase quase a pedir o livro de reclamações mas depois
lembrei-me que a merda da internet nem sequer é da biblioteca, é daqueles
hotspots gratuitos espalhados pela cidade o que, já de si, é uma tristeza.
Controlei-me.
Porque no estado de nervos em que estava, tenho a certeza
que a pobre da funcionária é que ia levar por tabela. Não é que ela não
merecesse, porque sempre que abre a boca incorpora uma peixeira e isto é uma
biblioteca, não é o Bolhão. Mas, como acordo sempre com um humor de cão, ainda
para mais quando só dormi 3 horas, a acrescer o facto de ontem ter sido dia de pernas, decidi respirar fundo e engolir a gana antes
que perdesse a cabeça.
A verdade é que ninguém tem que aturar a princesa. Não é que
não estivesse certa mas, em Portugal, quando alguém se queixa, é sempre porque
tem a p*ta da mania.
Se fosse só uma vez era compreensível. Estas coisas
acontecem… Mas nesta biblioteca acontecem todos os dias. Ninguém faz nada,
ninguém quer saber, e quem vem para aqui trabalhar é que se lixa até porque,
quando a merda da internet decide funcionar, uma simples pesquisa no Google
pode demorar mais de 2 minutos a concretizar-se. Só a pesquisa, atenção!!
Porque clicar numa das páginas e conseguir realmente ver o conteúdo são mais 5
minutos de agonia. E nem me façam falar das imagens. Não existem. Para todos os
efeitos, nesta biblioteca, a internet é feita de texto e de quadrados
quebrados, de todos os tamanhos. Uma coisa linda de se ver. Um print screen
disto é arte contemporânea.
Sem exagerar, estou aqui há exatamente 31 minutos com uma
notícia escrita e sem a conseguir postar. Já me estão a dar uns calores e umas
comichões pelo corpo todo que tou aqui tou a arrancar os olhos com as unhas!!
Catarina Vilas Boas
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