O porquê de ninguém me convidar para um brunch

Eu nunca poderei ir àqueles brunchs dos hotéis que ficam muito giros nas fotos das bloggers no instagram. Porquê? Porque a pagar mais de 50 euros por uma refeição que tem que me valer por pequeno-almoço e almoço eu vou masé comer! Não vou tirar fotos, não me vou contentar com a papaia, nem com um copinho de iogurte e muesli, mais uma fatia de pão de sementes com queijo light. Não. Vou COMER! Fruta, doces, salgados, laticínios, vegetais, cereais, proteína gordurosa... Toda uma roda de alimentos e processados que vou enfiar goela abaixo! Até não me apetecer mais! 

E depois vou comer mais um bocado. Antes de ir pró brunch mamo dois daqueles comprimidos pra forrar o estômago que não há azia que me pegue e vou fazer render o balúrdio que as pessoas pagam para se armarem em finas quando vão prá gandaia no dia anterior e, porque quando se levantam já é muito tarde e parece mal pedir o pequeno-almoço, vão tomar o belo do brunch.

É por estas e por outras que ninguém me convida para um brunch. É tudo por medo da vergonha alheia. E eu compreendo. Porque eu sou uma gaja de paixões incontroladas e comer é uma delas. 

Em verdade vos digo que também não é preciso ninguém convidar-me porque eu, ao fim-de-semana, também tenho brunch lá em casa. Primeiro porque a única refeição que é cozinhada é o almoço de domingo, o resto dos dias o povo que se desamerde com umas tostas mistas. Segundo porque nunca me levanto a horas decentes e portanto posso considerar a primeira refeição do dia um brunch, tanto ao sábado, como ao domingo. Dois brunchs seguidos! Não é para todos...  



Catarina Vilas Boas


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